sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Em memória do meu querido Papá (1930-2008)

Uma das suas obras preferidas com a nossa eterna saudade.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

"Foyer Aberto" no Teatro Nacional de São Carlos



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Ontem, 21 de Fevereiro, no segundo concerto do Ciclo para canto e piano dedicado a compositores portugueses do século XIX, tive o enorme prazer de interpretar trechos de óperas portuguesas votadas, infelizmente, ao esquecimento, não fosse o inestimável trabalho de pesquisa e recolha efectuado por Luísa Cymbron e João Paulo Santos. De Francisco Sá de Noronha foram revividos momentos das óperas "L'arco di Sant'Anna" e "Beatrice di Portogallo". No final, "Fra Luigi di Sousa", de Freitas Gazul. Testemunhos de um romantismo musical português que muito convenceram e entusiasmaram os presentes. Do grupo de cantores fizeram ainda parte Maria Luísa de Freitas, Carlos Guilherme, Diogo Oliveira e Mário Redondo. Ao piano o maestro João Paulo Santos. Foyer lotado.

Primeira foto de "La voix humaine"

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Tragédia lírica em um acto sobre textos de Jean Cocteau
Encenação de José Lourenço
Direcção musical: Cesário Costa
Pianista: Helder Marques
Figurantes: Elisabete Fragoso, José Lourenço, Marie Mignot, Paula Conceição
Desenho de luz: Paulo Graça
Duração: 50’

“La voix humaine” foi apresentada no Centro de Arte Moderna
José de Azeredo Perdigão no dia 27 de Novembro de 2007

«(...) um personagem, o amor, e o acessório banal das peças
modernas, o telefone... por vezes, mais perigoso que o revólver».
Jean Cocteau

LA VOIX, voix, voie... qui raisonne, résonne, RÉSONNE «Aquilo que traz de novo a versão operática de"A Voz Humana" é que a música não se sobrepõe à obra escrita mas sublinha-a», afirmou Cocteau na estreia absoluta. Embora não exista qualquer registo, atrevo-me a afirmar que não terá escapado à sensibilidade poética de Cocteau e Poulenc outro aspecto radicalmente novo suscitado pela versão operática: um título, como “La Voix Humaine”, adquire outra força de evocação se associado a uma ópera… uma força – meta-operática – que impulsionou, desde cedo, o projecto de encenação que desenvolvi. Esta opção viu-se reforçada ao confrontar-me com “Le Bel Indifférent”, peça concebida por Cocteau após “La Voix Humaine” e que, do meu ponto de vista, assume os contornos de uma sequela (trata-se de um monólogo no qual uma mulher, cantora profissional, se dirige ao amante infiel; a actriz/cantora permanece ao telefone ao longo das páginas iniciais da peça e as suas primeiras palavras são uma citação de “La Voix Humaine”: «Allô… Allô…»). Esta perspectiva, para além de lançar nova luz sobre a personagem central, permite despoletar ressonâncias, catalizando, pois, um mecanismo de capital importância para cantores, encenadores e, claro, para um ‘encenador-cantor’. Equacionando estes aspectos, enveredei por uma mise en abyme de aplicação exclusiva à ópera de Poulenc - um ângulo de ataque impossível de aplicar à peça de Cocteau mas sustentado pela presença de música, como se impõe no contexto de um Curso de Encenação de Ópera.
José Lourenço

"Uma Pequena Flauta Mágica" na FCG









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Estando para breve a estreia da célebre ópera de Mozart no Teatro Nacional de São Carlos, numa versão adaptada ao público mais jovem, lembrei-me de revêr algumas fotografias da produção de 2006 da Fundação Calouste Gulbenkian onde interpretei, como se pode comprovar, a Primeira Dama e a Papaguena. Por ser dedicada ao público juvenil foi toda interpretada em português, com tradução de Alexandre Delgado. Uma ópera maravilhosa.



Wolfgang Amadeus Mozart
Uma Pequena Flauta Mágica (ópera em dois actos)



TIZIANO MANCA (adaptação para agrupamento de câmara)
EMANUEL SCHIKANEDER (libreto)
ALEXANDRE DELGADO (versão em português)
CATARINA MOLDER (direcção artística)
FÉLIX KRIEGER (direcção musical)
PASCAL SANVIC (concepção cénica original)
PAULO MATOS (direcção cénica)
ERICA MANDILLO (assistente de direcção cénica)
MANUEL BOUGOURD (cenografia e desenho ao vivo)
TERESA NEGRÃO (adereços)
RITA ANJOS (figurinos)
PEDRO LESTON (desenho de luz)
ANA ENES, MARIA JOÃO TRINDADE, SYLVAIN PECKER
(Lua Cheia teatro para todos) (figuração e manipulação)
ERICA MANDILLO (maestrina do elenco infantil)
NUNO BARROSO (maestro correpetidor)



Interpretação



INÊS CALAZANS (Pamina)
JOÃO RODRIGUES (Tamino)
LUÍS RODRIGUES (Papagueno)
VERENA WACHTER BARROSO (Rainha da Noite)
JOÃO MIRANDA (Sarastro)
SÓNIA ALCOBAÇA (Primeira dama)
SUSANA TEIXEIRA (Segunda dama)
MANUELA TEVES (Terceira dama)
JOÃO QUEIRÓS (Monostatos)
SÓNIA ALCOBAÇA (Papaguena)
MANUEL FERRER (1º elenco) (Primeiro menino)
CAMILA ROBERT (2º elenco) (Primeiro menino)
CATARINA MOTA E MELO (1º e 2º elenco) (Segundo menino)
TELMA CALÇADA (1º elenco) (Terceiro menino)
TERESA DUARTE (2º elenco) (Terceiro menino)



Agrupamento de Câmara



JOSÉ PEREIRA (primeiro violino)
EMANUEL SALVADOR (segundo violino)
JANO LISBOA (viola)
FILIPE QUARESMA (violoncelo)
MIGUEL LEIRA PEREIRA (contrabaixo)
RUI MARQUES (flauta)
ÉTIENNE LAMAISON (clarinete)
ÂNGELO CALEIRA (primeira trompa)
ARMANDO MARTINS (segunda trompa)
FILIPE COELHO (trompete)
RITA AMARAL (saxofone)
LUÍS CASCÃO (percussão)


SINOPSE
I Acto



Numa floresta de um país longínquo algures no Oriente, o príncipe Tamino é perseguido por um dragão. No momento em que o dragão está prestes a matá-lo, o príncipe desmaia e surgem três damas que aniquilam o monstro. Maravilhadas com a beleza do príncipe, as três damas da Rainha da Noite correm a chamá-la para lhe contar o sucedido. Tamino acorda e avista com alívio que o dragão está morto, ao lado de Papagueno, o passarinheiro da Rainha. Papagueno mente ao dizer que foi ele quem matou o dragão e as três damas castigam-no com um cadeado na boca, água em vez de vinho e pedras em vez de bolos, tudo para ele não voltar a mentir. É então que a Rainha da Noite faz a sua fulgurante aparição, revelando a Tamino que a sua filha Pamina foi raptada por Sarastro. Mostra-lhe o seu retrato e promete dar-lhe a sua mão em casamento se ele a conseguir resgatar. Tamino fica logo apaixonado e decide partir em busca de Pamina. A Rainha ordena a Papagueno que o ajude e o acompanhe durante o percurso. As três damas fornecem uma flauta mágica a Tamino e um jogo de sinos a Papagueno que graças aos seus poderes mágicos os protegerão na viagem. Importante ainda é a orientação de três meninos que lhes fazem as últimas recomendações. Tamino e Papagueno partem. Papagueno chega ao palácio de Sarastro e encontra Pamina guardada por Monostatos. Fogem os dois, mas são capturados por Monostatos e pelos seus guardas que os levam perante Sarastro. Entretanto Tamino chega também ao palácio e descobre, tal como Pamina e Papagueno, que é um Templo dedicado à sabedoria. Afinal Sarastro é o Mestre do Templo e não o monstro descrito pela Rainha da Noite. Pamina e Tamino apaixonam-se imediatamente um pelo outro, mas Sarastro explica a Tamino que terá de passar por três provas para ser digno de Pamina, o mesmo se aplicando a Papagueno em relação à prometida Papaguena. Todos louvam a grandeza e sentido de justiça de Sarastro.



II Acto



No templo Tamino e Papagueno iniciam as provas, sendo a primeira a prova do silêncio. As três damas surgem e fazem tudo para eles perderem a prova. Papagueno não resiste às incursões das três damas e perde, mas Tamino consegue manter-se na prova. Monostatos canta o seu amor por Pamina, que dorme. Esta acorda com a súbita chegada da Rainha da Noite que se infiltrou no templo para entregar um punhal a Pamina e exigir-lhe a morte do pai. Papagueno lamenta-se da dificuldade e da injustiça da vida que nunca mais lhe manda uma namorada. Nisto surge uma velha que lhe dá de beber e comer e que revela afinal ser a bela Papaguena. Mas Papagueno ainda não conquistou o direito à sua Papaguena. Por seu turno Pamina encontra Tamino que em plena prova do silêncio não lhe fala, facto que ela interpreta como falta de amor. Quer-se suicidar porque viver sem Tamino já não faz sentido e é salva pelos três meninos que lhe explicam a razão porque Tamino não pode falar. Pamina pode então juntar-se a Tamino para enfrentarem as provas seguintes, do fogo e da água.Papagueno, desesperado por não encontrar a sua Papaguena, também quer matar-se. Novamente os três meninos intervêm e salvam-no. Papaguena surge e imaginam juntos um futuro feliz cheio de filhos. Monostatos regressa com a Rainha da Noite e as três damas numa derradeira tentativa para se apoderarem do templo; só que a tentativa fracassa e eles são banidos para todo o sempre. A luz reina sobre as trevas. Tamino fica com a sua Pamina a governar o templo, sucedendo a Sarastro, e Papagueno tem finalmente a sua adorada Papaguena, ficando felizes para todo o sempre.